Educação
Em busca de qualidade na educação pública
As cidades de São Felix e Cachoeira buscam transformação educacional .
Por: Anderson Silva, Carlindo Pinto e Toniel Costa.
A educação melhorou consideravelmente em cinco anos na cidade de São Felix, afirmou a Coordenadora Pedagógica Maria José (Mazé) do Colégio Estadual Rômulo Galvão (CERG) que é o único de ensino médio da cidade, e possui cerca de 1500 alunos e 55 professores. Segundo ela, a chegada da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) foi um dos fatores de grande importância para esta mudança,hoje, se vê que os alunos se preocupam com cursinhos e se dedicam mais aos estudos a fim de obterem uma vaga na UFRB,conclui.
A escola possui um convênio com o terreiro cultural desde 2006, em Cachoeira, onde seus alunos conhecem um pouco sobre o audiovisual. Além de parceria com a Votorantin, Conselho dos adolescentes, Associação dos moradores salva-vidas que oferece oficinas de meio ambiente, teatro, dança, futebol de salão, vôlei de praia e de quadra, basquete e canoagem. Além do projeto protagonismo juvenil, que possui mais de cinco anos, onde é trabalhado saúde e cidadania dos adolescentes.
Dentre os problemas que enfrenta o Rômulo está em possuir uma sala de informática devidamente instalada, a sala que abrigava os computadores sofreu por problemas de infiltração na rede elétrica. Mazé, como é conhecida a coordenadora, cita a falta desta sala como sendo o grande problema pedagógico da escola. Porém ressalta que não é o único problema, o laboratório de ciências que fora fornecido pelo Governo do estado encontra-se desativado, pois a secretaria não enviou técnico para instalá-lo. Temos o material, mas ele não funciona,explica. Além do problema que ela diz ser nacional que é falta de professores na área de química, biologia e física.
Já a Professora Gilsélia da Silva do CERG, comenta que os alunos tem se interessado pouco pelo ingresso na universidade e que são os professores e a coordenadora que incentivam bastante com relação a isso. Apesar de observar que há alguns são mais interessados do que outros o que lhes falta é a prática da leitura. È motivo de preocupação entre os professores motivarem os seus alunos para despertarem o desejo pelos livros. A qualidade da educação está boa, mas não excelente.
Porém a professora e coordenadora de núcleo do Sindicato dos Professores Licenciados do Estado da Bahia (APLB) Helena Maria Vasconcelos, diz que: “Ainda não temos uma escola de qualidade”. E segundo ela, a educação precisa ser resgatada, pois se encontra “capenga”. Há um descaso dos poderes públicos frente às dificuldades do colégio, cadê a verba da merenda escolar que deveria vir e ainda não chegou?Questiona. Eles precisam é investir na educação pública, todavia eles não querem alunos que disputem espaço “deles” no amanhã. Se isto acontecer viveremos uma transformação no processo educacional.
A aluna Julia Augusta Santos do 3º ano do ensino médio do Rômulo, pensa em fazer Serviço social na UFRB. Para ela, o colégio e os professores estão mais comprometidos em conscientizar os alunos quanto ao vestibular. Já Fabiana de Jesus que cursa também o 3º e possui 17 anos, ainda decide entre Ciências ou Serviço Social tem uma única certeza que é cursar a Federal do Recôncavo, a qual considera a causadora da mudança radical do
colégio. E apesar de ver tanta transformação confessa a falta de professores de Matemática, Química e Física. Jéferson Santana de Jesus de 16 anos que cursa o 3º no CERG diz optar por História por afinidade com área de humanas, salienta a importância da coordenadora pedagógica do colégio frente o incentivo aos alunos e conclui dizendo: “o Rômulo tem nos fornecido oportunidades”.
A Secretária de Educação da cidade de São Felix Professora Adelmira dos Santos Rodrigues, afirma que se comparando a alguns anos atrás atingiu-se um grau de qualidade na educação sanfelista.Havia escolas desorganizadas, onde sequer algumas delas eram regularizadas.Houve então todo um trabalho de regularização e organização das escolas. Segundo a secretária os recursos do governo eram insuficientes, a prefeitura então teve que assegurar o material escolar dos alunos, a gestão democrática foi outra medida tomada pela secretaria coma criação do Conselho Municipal de Educação e do Plano Municipal de Educação que dá diretriz para o município ter a sua educação dirigida por 10 anos. O plano foi aprovado em 2004 e entrou em vigor em 2005, só que existem problemas quanto ao recurso federal para as cidades pequenas, já que o Fundo Nacional da Educação Básica (FUNDEB) tem 70 % da verba destinada ao pagamento de professores. O Governo Federal tem intenção de melhorar a educação, mas a verba é insuficiente para esse objetivo, é o que diz a secretária. Que afirma vê a questão da qualidade da educação não como algo alcançado, mas como uma busca contínua.
Na cidade de Cachoeira, o vice-diretor do Colégio Estadual da Cachoeira (CEC) Inácio Tadeu, diz que tem faltado interesse por parte dos alunos para cursar o nível superior e que a cidade precisa despertar para tais questões. Um colégio como CEC com aproximadamente 2.000 alunos e 50 professores possui ainda um número bastante reduzido de aprovação no vestibular da UFRB, mas segundo o vice-diretor a tendência de aprovação dos alunos tende a crescer.O que tem faltado para o colégio é material humano a nível de funcionários e até mesmo para tomar conta da biblioteca, do laboratório de informática que fica no prédio cedido a UFRB, e outros.Ele considera a situação da educação tão difícil que um menino de 8 anos conseguiu ser aprovado no vestibular,exemplifica e diz que: “ A educação quis dar um passo adiante,mas teria que rever algumas coisas”.
A qualidade do ensino público ainda não é boa; tem ainda deficiência de professor e os alunos se queixam desta falta. Há alunos que chegam no 1º ano do ensino médio sem saber equação é o comenta o Professor de Química do CEC, Jair Pereira de Barros. Acontece a falta de professores ,mas há também o desinteresse por parte dos alunos se tira 3 ou 4 numa turma que se dedica, há maioria se encontra desinteressado o pior dentre os turnos é o noturno ,pois é onde se encontra os alunos que trabalham.Ele Diz: “Quando falo de vestibular a maioria fala que não está interessado que não passa de um diploma, eu diria se há 20% de interessado é muito.”
Segundo ele, o culpado é o sistema como um todo: é a escola, a direção quando se procura material e não tem, aqui mesmo é pouco usado o vídeo. E o laboratório de ciências, até hoje não funciona e o problema neste caso é do estado que não disponibiliza funcionário para o laboratório. Se tem as máquinas, porém não se tem como utilizá-las,comenta.
Luciano Silva aluno do 1º do CEC diz que a qualidade do ensino no estadual não é tão boa quanto nos outros e que tem dias que os professores sequer vão.E questiona obrigatoriedade do fardamento completo que compõe calça jeans, sapato, e a camisa do colégio.Ele Questiona: “E se tiver alguém que não tiver condições de vir de sapato?”
Uma pequena localidade e uma grande iniciativa
No distrito de Capoeiruçu pertencente à cidade de Cachoeira é possível presenciar na Escola Antonio Joaquim Pereira (AJP) algumas transformações na esfera educacional. O atual diretor e professor Claudionor Mendes da Cunha formado em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb) de Santo Antonio de Jesus. Ele conta que do ponto de vista administrativo encontrou uma escola muito bem organizada. Porém era uma escola que há muito tempo não experimentava uma reforma e do ponto de vista pedagógico a antiga diretora sempre declarou que não priorizou esta área e tal parte vivia um tanto solta. A professora Joelza Araújo declara que: “O colégio uns anos atrás era deplorável parede rachando, falta de material, mas há alguns anos vem melhorando”.
A partir deste momento começa-se então a viver mais intensamente as mudanças neste colégio que é considerado pelo corpo docente como um modelo a ser seguido pela região. As reuniões entre os professores começam a ocorrer de maneira mais constante a fim de ser sanada as dificuldades do colégio e suas carências. È feito então um trabalho de valorização do aluno e do professor fazendo com que eles entendam que são parte do processo.Os alunos do AJP que tinham um nível de auto-estima muito baixo começa a viver as mudanças que estão acontecendo no colégio. Foram matriculados 265 alunos e colégio terminou o ano com 214. Foi estabelecida pela direção que seriam matriculados 300 no ano de 2009,porém já em 2008 o colégio dispõe de 335 alunos.O que segundo Claudionor Mendes prova a credibilidade dos seus alunos.
A escola que recebeu da secretaria do estado, a cargo do senhor Adeum Sauer,R$10.401,00 para a reforma do colégio, uma verba que teve valor único para todas as escolas estaduais.Verba que o diretor da escola julga pequena para as reais necessidades da Instituição escolar.
Como na maior parte das escolas públicas, há no AJP uma carência de professores no caso da escola de Geografia,História e Inglês.Além dessa dificuldade existe também falta de um porteiro no matutino, uma bibliotecária no noturno.E considerado um dos maiores problemas que é a ausência da sala de informática.A empresa de Barreiras, Databyte, que ganhou a licitação para instalar os computadores não foi instalar.Eles até mandaram uma declaração para ser preenchida e devolvê-la declarando que já tem condição de recebê-los,porém apesar de ter sido preenchido o documento eles nada fizeram.
A sala de informática que se encontra devidamente instalada com 10 computadores que foram enviados pela Proinfo, rede lógica, rede elétrica, ar condicionado e até o dinheiro para aquisição das mesas e cadeiras já foi liberado. Falta tão e somente a empresa responsável, sendo redundante, assumir suas reais responsabilidades para com o colégio.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
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