Saída de Emergência
Estudantes do CEC utilizam os insuficientes computadores do CAHL, ocasionando disputas pelas maquinas.
Hamurabi Dias, Rosivaldo Mercês, Gustavo Medeiros e Deyvson Oliveira
Ultimamente, os alunos do Colégio Estadual da Cachoeira (CEC) são vistos acessando sites de jogos e relacionamentos nas máquinas do Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL), cuja utilidade seria voltada para a pratica da pesquisa acadêmica. Algumas medidas foram cogitadas, como a criação de um domínio codificado, ou seja, baseado em senha e login de uso particular para cada aluno da universidade. “Isso já foi solicitado, mas nunca foi implementado porque em Cruz das Almas (sede da UFRB) tem apenas um funcionário responsável para essa tarefa”, diz Andre Itaparica, vice-diretor do CAHL. Itaparica também relata que não existe a possibilidade de proibir os estudantes secundários de acessar as maquinas, para ele seria necessário somente separar uma parte para esses estudantes. “A proibição não é a melhor saída, por causa da troca que está sendo estabelecida. Certamente precisamos apenas separar a parte do Estadual e a parte da universidade”, afirma o vice-diretor do CAHL. Deivisson Leão, 28, assistente administrativo do campus de Cachoeira aponta a centralização que ocorre no núcleo técnico da universidade como um fator de empecilho na resolução desse problema. “Quando se tem uma se uma estrutura como a multicampi, o ideal é que você tenha os setores responsáveis descentralizados, mas quando eu cheguei aqui e assumi o núcleo técnico a idéia que eu tinha era que cada núcleo técnico seria um braço do CPD (Coordenadoria de Processamento de Dados) da sede da universidade, não teria tanta dependência de Cruz das Almas assim, mas não é isso, eles estão centralizando bastante”, lamenta Deivisson. Ele relata ainda que o laboratório parou por um dia para verificar todas as maquinas, registrar os endereços mais visitados e bloqueá-los, mas os estudantes ainda burlam com sites alternativos.
Além disso, em se tratando de espaço físico, o local cedido pelo Colégio Estadual para o campus de Cachoeira deveria propiciar, para os secundaristas, um ambiente voltado para as atividades de cunho estudantil, diz Inácio Tadeu, vice-diretor do CEC. Mas a relação não ocorre dessa maneira, sendo constatado diariamente o contrario nas dependências do prédio anexo, onde os estudantes são encontrados utilizando os computadores para finalidades que não sejam de pesquisa. “Há um funcionário que regula toda a situação.” reitera Tadeu. Esse funcionário chama-se Lourival Neto, 19, técnico de informática, responsável pelo controle dos alunos secundaristas no uso das maquinas. “O que temos é o controle visual, mas não temos como controlar todo mundo. E o que foi discutido é: não acessar paginas de relacionamento como Orkut e também programas de messenger”, informa Neto. Ele afirma que apesar dos equipamentos do CEC não serem novos, eles servem para o uso com pesquisas e realização de trabalhos escolares. Ainda revela que tem um projeto para ser realizado na informatização do colégio. Sua idéia consiste em colocar os vinte dois computadores que são da escola, e que não estão em uso, em rede e monitorar o sistema através de um programa. Será codificado tendo cada aluno sua senha. Ele diz que não o colocou em pratica, pois a banda larga (internet de alta velocidade) é baixa, 128 Kb, e o colégio não possui espaço para isso.
Entre os discentes do CAHL, há uma concordância para que o espaço seja utilizado de maneira harmônica, contanto que haja regras para o uso entre as duas partes. “Deve ser democratizado o espaço, só tem que existir regras para gerir o uso dos computadores. Nesse momento improvisado, eu acho que seria interessante continuar compartilhando os computadores, existindo limites discutidos e implantados”, afirma Washington Andrade, 30, estudante do curso de História. “Tem que ter organização. Tem como eles usarem e os alunos da faculdade também. Assim como o colégio cedeu o prédio para a universidade, acho justo que eles usem os computadores, desde que seja para realizar trabalhos escolares”, opina a estudante de Jornalismo, Carine Costa, 22.
SITUAÇÃO “A situação atual não é ideal e nunca foi a desejada”, salienta André Itaparica. O campus de Cachoeira ocupa provisoriamente as instalações do prédio anexo do CEC enquanto não há uma conclusão nas obras do Quarteirão Leite Alves, o que segundo previsões do vice-diretor do CAHL ocorrerá em agosto de 2008, existindo assim por parte da administração do Centro uma retribuição ao colégio permitindo dessa forma o uso das maquinas pelos estudantes.
O laboratório de informática dispõe atualmente de 14 computadores, que são utilizados pelos aproximadamente 320 discentes do Centro e também pela maioria dos 1896 alunos, segundo o último censo anual realizado no educandário em maio de 2007, do Colégio Estadual. Deivisson queixa-se do numero de maquinas disponíveis e do espaço em que está localizado o laboratório. “A quantidade de computadores não é suficiente, o espaço também não é suficiente”, reclama. Na atual circunstância a proporção alunos/micro ocasiona, alem da super ocupação das maquinas e do espaço, a origem de um clima de disputa entre os alunos das partes, em que por varias vezes há a necessidade da saída de algum aluno do colégio para ceder a maquina para determinado universitário, toda vez que aquele não esteja desenvolvendo suas atividades escolares. Condição constatada devido à desorganização que se observa no espaço, onde falta a delimitação do numero de computadores a serem ocupados pelas entidades.
Maioria dos alunos do CEC não possuem computadores em seus domicílios, o que leva os secundaristas a procurarem esse recurso no CAHL. A estudante Íris Silva, 16, aluna do 1º ano, relata que usa as maquinas para pesquisas, trabalhos escolares e também para acessar seus e-mails. Ela não possui computador pessoal. “Se a escola não tem, temos que ir onde tem, eu estou estudando onde tem”, disse Íris enquanto utilizava um dos micros.
Estudantes do CEC utilizam os insuficientes computadores do CAHL, ocasionando disputas pelas maquinas.
Hamurabi Dias, Rosivaldo Mercês, Gustavo Medeiros e Deyvson Oliveira
Ultimamente, os alunos do Colégio Estadual da Cachoeira (CEC) são vistos acessando sites de jogos e relacionamentos nas máquinas do Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL), cuja utilidade seria voltada para a pratica da pesquisa acadêmica. Algumas medidas foram cogitadas, como a criação de um domínio codificado, ou seja, baseado em senha e login de uso particular para cada aluno da universidade. “Isso já foi solicitado, mas nunca foi implementado porque em Cruz das Almas (sede da UFRB) tem apenas um funcionário responsável para essa tarefa”, diz Andre Itaparica, vice-diretor do CAHL. Itaparica também relata que não existe a possibilidade de proibir os estudantes secundários de acessar as maquinas, para ele seria necessário somente separar uma parte para esses estudantes. “A proibição não é a melhor saída, por causa da troca que está sendo estabelecida. Certamente precisamos apenas separar a parte do Estadual e a parte da universidade”, afirma o vice-diretor do CAHL. Deivisson Leão, 28, assistente administrativo do campus de Cachoeira aponta a centralização que ocorre no núcleo técnico da universidade como um fator de empecilho na resolução desse problema. “Quando se tem uma se uma estrutura como a multicampi, o ideal é que você tenha os setores responsáveis descentralizados, mas quando eu cheguei aqui e assumi o núcleo técnico a idéia que eu tinha era que cada núcleo técnico seria um braço do CPD (Coordenadoria de Processamento de Dados) da sede da universidade, não teria tanta dependência de Cruz das Almas assim, mas não é isso, eles estão centralizando bastante”, lamenta Deivisson. Ele relata ainda que o laboratório parou por um dia para verificar todas as maquinas, registrar os endereços mais visitados e bloqueá-los, mas os estudantes ainda burlam com sites alternativos.
Além disso, em se tratando de espaço físico, o local cedido pelo Colégio Estadual para o campus de Cachoeira deveria propiciar, para os secundaristas, um ambiente voltado para as atividades de cunho estudantil, diz Inácio Tadeu, vice-diretor do CEC. Mas a relação não ocorre dessa maneira, sendo constatado diariamente o contrario nas dependências do prédio anexo, onde os estudantes são encontrados utilizando os computadores para finalidades que não sejam de pesquisa. “Há um funcionário que regula toda a situação.” reitera Tadeu. Esse funcionário chama-se Lourival Neto, 19, técnico de informática, responsável pelo controle dos alunos secundaristas no uso das maquinas. “O que temos é o controle visual, mas não temos como controlar todo mundo. E o que foi discutido é: não acessar paginas de relacionamento como Orkut e também programas de messenger”, informa Neto. Ele afirma que apesar dos equipamentos do CEC não serem novos, eles servem para o uso com pesquisas e realização de trabalhos escolares. Ainda revela que tem um projeto para ser realizado na informatização do colégio. Sua idéia consiste em colocar os vinte dois computadores que são da escola, e que não estão em uso, em rede e monitorar o sistema através de um programa. Será codificado tendo cada aluno sua senha. Ele diz que não o colocou em pratica, pois a banda larga (internet de alta velocidade) é baixa, 128 Kb, e o colégio não possui espaço para isso.
Entre os discentes do CAHL, há uma concordância para que o espaço seja utilizado de maneira harmônica, contanto que haja regras para o uso entre as duas partes. “Deve ser democratizado o espaço, só tem que existir regras para gerir o uso dos computadores. Nesse momento improvisado, eu acho que seria interessante continuar compartilhando os computadores, existindo limites discutidos e implantados”, afirma Washington Andrade, 30, estudante do curso de História. “Tem que ter organização. Tem como eles usarem e os alunos da faculdade também. Assim como o colégio cedeu o prédio para a universidade, acho justo que eles usem os computadores, desde que seja para realizar trabalhos escolares”, opina a estudante de Jornalismo, Carine Costa, 22.
SITUAÇÃO “A situação atual não é ideal e nunca foi a desejada”, salienta André Itaparica. O campus de Cachoeira ocupa provisoriamente as instalações do prédio anexo do CEC enquanto não há uma conclusão nas obras do Quarteirão Leite Alves, o que segundo previsões do vice-diretor do CAHL ocorrerá em agosto de 2008, existindo assim por parte da administração do Centro uma retribuição ao colégio permitindo dessa forma o uso das maquinas pelos estudantes.
O laboratório de informática dispõe atualmente de 14 computadores, que são utilizados pelos aproximadamente 320 discentes do Centro e também pela maioria dos 1896 alunos, segundo o último censo anual realizado no educandário em maio de 2007, do Colégio Estadual. Deivisson queixa-se do numero de maquinas disponíveis e do espaço em que está localizado o laboratório. “A quantidade de computadores não é suficiente, o espaço também não é suficiente”, reclama. Na atual circunstância a proporção alunos/micro ocasiona, alem da super ocupação das maquinas e do espaço, a origem de um clima de disputa entre os alunos das partes, em que por varias vezes há a necessidade da saída de algum aluno do colégio para ceder a maquina para determinado universitário, toda vez que aquele não esteja desenvolvendo suas atividades escolares. Condição constatada devido à desorganização que se observa no espaço, onde falta a delimitação do numero de computadores a serem ocupados pelas entidades.
Maioria dos alunos do CEC não possuem computadores em seus domicílios, o que leva os secundaristas a procurarem esse recurso no CAHL. A estudante Íris Silva, 16, aluna do 1º ano, relata que usa as maquinas para pesquisas, trabalhos escolares e também para acessar seus e-mails. Ela não possui computador pessoal. “Se a escola não tem, temos que ir onde tem, eu estou estudando onde tem”, disse Íris enquanto utilizava um dos micros.
INFOCENTROS SÃO A SOLUÇÃO Com o grande fluxo de alunos, surge à necessidade de um espaço alternativo para diminuir a quantidade de pessoas que transitam no laboratório. Existem alternativas viáveis para que o acesso ao mundo digital seja irrestrito e fica como exemplo os infocentros, que tem por objetivo propagar a inclusão digital para aqueles cuja experiência com as máquinas é mínima, amenizando o problema da exclusão.
Na cidade de Cachoeira existe o Identidade Digital, uma iniciativa do governo do Estado com a prefeitura municipal, que visa levar pessoas da zona rural e de baixa renda a ter seu primeiro contato com um computador. “O objetivo é a inclusão digital, é pegar aquela pessoa mais carente do município e da zona rural que não tem condições de ter acesso a informática em outro lugar e aqui o acesso é gratuito”, explica Antonio Barbosa, 38, funcionário da Secretaria de Educação e monitor do infocentro. Ele relata que recebe 60 pessoas em média nos dias de terça, quarta e sexta-feira, sendo que nos dias de segunda e sexta o número chega dobrar pelo motivo que o acesso a internet nessas ocasiões é livre, com paginas de relacionamento liberadas para o uso. “A finalidade disso aqui é que não vire uma lan house” alerta. A faixa etária que mais utiliza esse serviço são pessoas de 15 e 16 anos. Mas Barbosa expõe que idosos também freqüentam o espaço que ele monitora. Ele diz que o infocentro promove oficinas de inclusão social, oficina de jogos, alem de dar cursos de informática básica. O Identidade Digital ainda tem convênio com a APAE, recebendo-os todas as terças e quintas.
O espaço disponibiliza dez computadores conectados a internet, sendo que cada maquina pode ser utilizada por duas pessoas. O local, que também funciona aos fins de semana, é aberto também a alunos com o desejo de realizar suas atividades. Cada usuário dependendo da sua necessidade, tem direito a uma hora ou até uma hora e meia de uso. Barbosa informa que a divulgação do espaço é feita através das FMs da localidade e também nos jornais. Esse ambiente é o único da cidade pertencente ao projeto homônimo, existindo outros nos distritos a exemplo do de Capoeruçu, que é de ação do município. O monitor do Identidade aponta para a necessidade de outro local como esse. “O secretario de educação já esta correndo atrás de outro infocentro para o município, que vai ser instalado no Colégio Aurelino Maia”, prevê. Ele diz que a Bahia é o terceiro estado a adotar espaços como esses, copiando a idéia de São Paulo e Rio de Janeiro. Os baianos já possuem aproximadamente 362 infocentros, sendo que 65% dos municípios têm pelo menos um local com esse. Ações como essas alem de inserir pessoas no mundo digital, funcionam também como um caminho para solucionar o problema enfrentado pelo CAHL, onde a insuficiente quantidade de computadores torna inviável que o alto contingente de usuários continuem utilizando esse recurso.
Na cidade de Cachoeira existe o Identidade Digital, uma iniciativa do governo do Estado com a prefeitura municipal, que visa levar pessoas da zona rural e de baixa renda a ter seu primeiro contato com um computador. “O objetivo é a inclusão digital, é pegar aquela pessoa mais carente do município e da zona rural que não tem condições de ter acesso a informática em outro lugar e aqui o acesso é gratuito”, explica Antonio Barbosa, 38, funcionário da Secretaria de Educação e monitor do infocentro. Ele relata que recebe 60 pessoas em média nos dias de terça, quarta e sexta-feira, sendo que nos dias de segunda e sexta o número chega dobrar pelo motivo que o acesso a internet nessas ocasiões é livre, com paginas de relacionamento liberadas para o uso. “A finalidade disso aqui é que não vire uma lan house” alerta. A faixa etária que mais utiliza esse serviço são pessoas de 15 e 16 anos. Mas Barbosa expõe que idosos também freqüentam o espaço que ele monitora. Ele diz que o infocentro promove oficinas de inclusão social, oficina de jogos, alem de dar cursos de informática básica. O Identidade Digital ainda tem convênio com a APAE, recebendo-os todas as terças e quintas.
O espaço disponibiliza dez computadores conectados a internet, sendo que cada maquina pode ser utilizada por duas pessoas. O local, que também funciona aos fins de semana, é aberto também a alunos com o desejo de realizar suas atividades. Cada usuário dependendo da sua necessidade, tem direito a uma hora ou até uma hora e meia de uso. Barbosa informa que a divulgação do espaço é feita através das FMs da localidade e também nos jornais. Esse ambiente é o único da cidade pertencente ao projeto homônimo, existindo outros nos distritos a exemplo do de Capoeruçu, que é de ação do município. O monitor do Identidade aponta para a necessidade de outro local como esse. “O secretario de educação já esta correndo atrás de outro infocentro para o município, que vai ser instalado no Colégio Aurelino Maia”, prevê. Ele diz que a Bahia é o terceiro estado a adotar espaços como esses, copiando a idéia de São Paulo e Rio de Janeiro. Os baianos já possuem aproximadamente 362 infocentros, sendo que 65% dos municípios têm pelo menos um local com esse. Ações como essas alem de inserir pessoas no mundo digital, funcionam também como um caminho para solucionar o problema enfrentado pelo CAHL, onde a insuficiente quantidade de computadores torna inviável que o alto contingente de usuários continuem utilizando esse recurso.
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