São Félix inaugura Faculdade de Música EAD e traz novas possibilidades para a população da região.
Kelma Costa , Meire Fiuza, Patrícia Neves
No dia 22 de abril foi inaugurada
O projeto foi idealizado pela UFRGS e aprovado pelo Ministério da Educação, hoje encontra-se implantado em seis estados: Espírito Santo, Rondônia , Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e na Bahia, que têm pólos de atuação em Salvador, Irecê, Cristópolis e São Félix.
A implantação da Faculdade de Música aparece como uma alternativa à carência de áreas de trabalho para a juventude de São Félix e Cachoeira. Estas Cidades, que tiveram um momento econômico favorecido pela produção fumageira, registram atualmente uma acentuada apatia econômica. Deste modo, o curso de Licenciatura em Música vem como a UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) possibilitar à população da região o ingresso numa universidade pública.
ESTRUTURA DO CURSO- Das 60 vagas existentes no curso, apenas 22 foram preenchidas, ao contrário da cidade de Irecê, onde a primeira turma é formada por 140 alunos. Todos tiveram um contato prévio com a área de música ou educação, entretanto, o processo seletivo deste curso, que terá a duração de quatros anos e meio, foi semelhante ao da UFBA onde ocorre primeiro uma prova de conhecimentos gerais que é seguida de uma prova de aptidão.
Desde o início o curso tem enfrentado algumas dificuldades: as aulas virtuais estão sendo realizadas no Infocentro de São Félix, onde faltam alguns elementos como caixas de som, espaço amplo e, a principal delas: o ainda recorrente preconceito no que se refere à cursos realizados à distância. Segundo Nara Rúbia, tutora que orienta as aulas virtuais dos alunos, tal visão é resultado da idéia de que os cursos à distância são pouco rigorosos e eficientes. Ela é graduada em Música pela UFBA; tem especialização em Fundamentos do Ensino da Arte pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), e também é consultora de Cultura e Arte da Unesco na Bahia, realizou concurso público para assumir esta função.
A Faculdade de música de São Félix possui um diferencial em relação aos demais cursos realizados à distância, isso se deve ao fato das aulas serem realizadas durante todos os dias da semana. O acompanhamento e orientação da tutora são constantes, exceto na sexta-feira, onde os alunos complementam as suas atividades na sua própria residência. Nos outros dias da semana, cada aluno tem a obrigatoriedade de acessar a Plataforma virtual do curso durante quatros horas. “O curso é a distância entre aspas”, diz a tutora.
PARTICIPAÇÃO EFETIVA
Os alunos ainda aguardam a chegada de instrumentos musicais, que está prevista para serem entregues em junho, pois são uma concessão da UFBA. Na parceria que possibilitou a implantação da faculdade
Nara Rúbia ressalta o empenho da prefeitura de São Félix na aquisição da Faculdade de Música para o município, já que o pólo estava sendo assediado por várias cidades. Bastante otimista, ela destaca o empenho dos alunos, a boa estrutura e a seriedade do curso. “Melhor ainda é saber que, depois de concluído o curso, estes alunos estarão capacitados a ministrar aulas de músicas nas escolas de São Félix e de outras localidades.” Ela também ressalta as relações de companheirismos entre os alunos e professores o que facilita o aprendizado.Uma das mudanças apontadas por ela é de que a avaliação é feita através de conceito e não de notas.
A TRADIÇÃO SOBREVIVE- Não há dúvidas que a aquisição da Faculdade de Música pelo município de São Félix irá fortalecer a tradição musical característica da região do Recôncavo. Nos séculos XIX e XX, as filarmônicas participaram ativamente da construção desta identidade, sobretudo as filarmônicas do Recôncavo que, a despeito das adversidades, vêm criando formas de sobrevivência e conservação de nosso passado musical.
É também por este motivo que, desde o mês de março, foi iniciado
O diretor do Centro de Artes Humanidades e Letras, Xavier Vantin, diz que a UFRB não faz parte dessa empreitada, porém apóia a iniciativa e ressalta que o Recôncavo tem músicos de talento inegável, e que a direção CAHL pretende criar curso de música popular, com atividades de extensão, valorizando assim a cultura musical da região. Ele diz também que seria possível a criação de um festival de inverno para divulgar a música do recôncavo e atrair turistas para região.
PALAVRA DE MAESTRO - Segundo o professor e maestro Fred Dantas o objetivo deste curso é oferecer capacitação nas áreas de composição, regência, história e teoria musical para mestres, contramestres e músicos-líderes das filarmônicas. Abrangendo regiões distintas do estado, o Curso de Compositores e Maestros tem por objetivo injetar ânimo e vitalidade no mundo das filarmônicas. Muitos destes alunos, depois de concluído o curso, serão mobilizados para localidades onde a tradição musical esta deficiente e esquecida.
Além de São Félix, o curso também é ministrado em Salvador e em Senhor do Bonfim, e estende-se a alunos de cidades circunvizinhas. No que diz respeito ao andamento do curso, algumas dificuldades ainda precisam ser sanadas. No caso de Senhor do Bonfim o problema é manter um fluxo de professores em um lugar distante de Capital. Em Salvador, por sua vez, a dificuldade é a manutenção do próprio espaço, pois a sede da oficina, cujo aluguel, luz, água e telefone não podem ser pagos com dinheiro deste convênio e,
Quando perguntado se o curso pode fortalecer a identidade musical no Recôncavo o professor e categórico: “Claro! Se aí está o berço da filarmônica brasileira. Em outros lugares, como Minas, existem corporações mais antigas, mas a música de Tranquillino me parece ser a primeira manifestação da banda brasileira, enquanto música.” Fred Dantas faz menção ao maestro Manoel Tranquilino Bastos autor da música do Hino da Cachoeira e fundador da Sociedade Orpheica Lyra Ceciliana que é uma das mais antigas da região. No ano passado, foi premiada com o primeiro lugar no XII Festival de Filarmônicas do Recôncavo (Festfir), que é realizado de dois em dois anos no Centro Cultural Dannemann.
O diretor do Centro de Artes Humanidades e Letras, Xavier Vantin, diz que a UFRB não faz parte dessa empreitada, porém apóia a iniciativa e ressalta que o Recôncavo tem músicos de talento inegável, e que a direção CAHL pretende criar curso de música popular, com atividades de extensão, valorizando assim a cultura musical da localidade. Ele diz também que seria possível a criação de um festival de inverno para divulgar a música do recôncavo e atrair turistas para região.
Um comentário:
Gostaria de saber as datas da realização do Festival de Filarmônicas de São Félix, no ano de 2009, pois gostaria de documentá-lo para divulgação em meu canal do Youtube.
sebastiao53@gmail.com
www.youtube.com.br/sebastiaodacruz
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