domingo, 24 de agosto de 2008

A Boa Morte não é da Igreja, diz historiador

Autor de livro sobre a Irmandade critica transformação da festa em mercadoria turística

Graduado em história pela Universidade Estadual de Feira de Santana, o professor Luiz Cláudio Dias Nascimento é autor do livro Candomblé e Irmandade da Boa Morte (Editora: Fundação Maria América Cruz, 2000). Nascido em 14 de abril de 1954, Cacau Nascimento, como é conhecido, é também mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia, onde defendeu, em 2007, a dissertação “Terra de Macumbeiros”: Redes de sociabilidades africanas na Formação do Candomblé Jeje-Nagô em Cachoeira e São Félix. Cacau concedeu uma entrevista coletiva aos estudantes de jornalismo do terceiro semestre da UFRB. Nela, ele fala sobre o seu grande objeto de estudo e revela detalhes pouco conhecidos da Irmandade da Boa Morte. Aqui o leitor encontra a versão completa da entrevista. Uma versão reduzida foi publicada no jornal Reverso. A edição da entrevista é de Anderson Silva.

Reverso: Como surgiu o interesse pelos estudos da Irmandade da Boa Morte?
Cacau Nascimento: Eu comecei a me interessar pela comunidade da Boa Morte por vários motivos. Eu sempre me interessei pela questão da afro-religiosidade. Depois, eu sou uma pessoa de dentro do Candomblé. Eu passei por todo o processo iniciático de um terreiro de Candomblé, e as irmãs da Boa Morte são todas pessoas ligadas a alguns terreiros daqui do Recôncavo. Então, eu comecei a perceber que o segredo, o silêncio, esta metáfora da Irmandade, era o silêncio do Candomblé. Aquilo que não é permitido dizer dentro do Candomblé, a Irmandade da Boa Morte também faz. E fui percebendo que aquilo era um terreiro de Candomblé dentro da Irmandade Católica. É uma Irmandade Católica Apostólica Romana de cunho africano, quer dizer, elas cultuam a morte e assunção de Maria, que faz parte de uma parte da Bíblia que não se usa mais, os apócrifos bíblicos. E, ao mesmo tempo, elas cultuam os Eguns. Isso facilitou eu aprender as coisas. Hoje tem irmãs novas que não sabem porque não houve a transmissão do conhecimento e muitas coisas da ritualidade da Irmandade da Boa Morte se perderam.

R.: Você acha que a Irmandade está perdendo alguns aspectos da ritualidade?
C.N.: A Irmandade da Boa Morte tem uma história muito interessante. A memória oral diz que ela foi fundada em 1820, na verdade não são informações confiáveis. O pessoal da Irmandade fala que ela foi fundada nesse mesmo período, mas não é verdade. A Irmandade da Boa morte vai surgir a partir da segunda metade do século XIX e ela consolida-se como um “corpus religioso” depois da abolição. Então, ela é uma Irmandade muito recente, não é tão velha assim. Ela se estrutura dentro de um movimento abolicionista, dentro de um movimento de lutas, que eu chamo de “resistência surda”, aquela que você não precisa se armar de armas de fogo nem armas brancas para poder enfrentar o seu opositor, mas você usa meios como a Irmandade, como o Candomblé, o Quilombo e a formação de núcleos residenciais.

R.: E o principal objetivo era o de conseguir a alforria dos escravos?
C.N.: O objetivo dela era esse. E elas já eram economicamente importantes, geravam filhos intelectuais. Em 1852, eles construíam a Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Sagrado Coração de Maria do Monte da Rua Formosa. Eles davam dez mil reis por semana para fazer o templo e aqueles que não tinham condições econômicas de fornecer, de dar dinheiro semanalmente, davam em mão de obra, trabalhavam como pedreiros, carpinteiros, carregando pedra, fazendo alguma coisa. E, dez anos depois, eles fundam um cemitério pra sepultamento exclusivo de africanos, chamado cemitério dos “achatólicos”, onde eram sepultados ou os ateus ou as pessoas do Candomblé.

R.: Como essas mulheres negras tinham dinheiro?
C.N.: A minha hipótese é o seguinte: a partir de 1827 começaram a acontecer acordos diplomáticos entre a Inglaterra, que estava lá no auge da sua revolução industrial, com os países ainda escravistas. O Brasil era o maior exportador. Para se ter uma idéia, só no século XIX foram 4 milhões de africanos transportados para a Bahia, eles povoaram o Recôncavo Baiano. Só que estes africanos que estavam chegando, a partir destes acordos diplomáticos, por exemplo, de 1800 até 1850, são caracterizados como tráfico ilegal. Os brasileiros faziam tráfico ilegal.

R.: Qual a origem do sincretismo e por que os negros, mesmo após a abolição, continuaram a professar sua fé com rituais católicos?
C.N.: Muitos africanos, principalmente aqueles ao sul do Equador (Moçambique, Angola, Congo), já vieram “catolicizados”. A Igreja Católica, através de Portugal, já conhecia a África muito antes dos primeiros exploradores, muito antes do tráfico escravo. Quando eles chegam aqui no Brasil, eles passam por um processo de imposição da Igreja. Primeiro porque não era permitida nenhuma prática religiosa que não fosse a Católica no Brasil, isso até 1890. Até então, o Estado estava atrelado à Igreja. E o africano, quando passava por aqui, perdia seu nome e ganhava um nome cristão. Observe vocês que os nomes até hoje das mulheres brasileiras são nomes de santas: Bárbara, Amélia, Maria. E os homens, os pais até hoje colocam nomes de santos guerreiros, como Jorge, Antonio. Isso é o grande sintoma de como a Igreja impunha seus dogmas, suas leis, dentro da sociedade brasileira. Então, a estes africanos, que viviam como seres inferiorizados, mas não inferiores, sujeitos sem uma cidadania, a Igreja Católica impunha os seus desejos. A Igreja Católica ou todas as religiões são fusões de várias crenças. Não existe uma religião mais sincrética do que a Igreja Católica. A procissão que a gente encontra pelas ruas é a procissão que os gregos faziam para os seus deuses.

R.: Após a abolição, como ficou situada a Irmandade da Boa Morte?
C.N.: Elas passaram a cultuar, mas elas perderam seu sentido político, seu sentido de resistência política e passaram a ter uma função essencialmente religiosa.

R.: Qual a importância da mão de obra negra e feminina na cultura do fumo no Recôncavo?
C.N.: A cultura do fumo, diferente da cultura do açúcar, não exigia muita mão de obra. Então você vê uma rarefação escrava nesta zona de tensão ecológica, entre o agreste e o recôncavo, que é Feira de Santana, São Gonçalo dos Campos, Conceição da Feira, Muritiba. Você vê uma população escrava africana rara, e uma população crioula muito grande. O fumo era uma cultura quase que doméstica, agora, com a industrialização do fumo, o que vai acontecer é o contrário. Geralmente, uma fábrica de grande porte tinha mil funcionários. A mão de obra era essencialmente feminina, e também empregava crianças. Tem um trabalho de Luiz Costa Pinto, é um sociólogo dos anos 50, baiano, ele fala desta vida do recôncavo baiano em torno da figura do fumo. As mulheres estavam nas unidades fabris trabalhando e os homens, vagabundos, maridos delas, uns gigolôs. Ficavam nas esquinas, ou então nos botecos, tomando cachaça esperando que a mulher saísse do trabalho para que ele pudesse acompanhar. Além dessa mão de obra direta que era regimentada pela indústria, tinha aquela que prestava o serviço, ou seja, era um meio de sobrevivência aqui no Recôncavo Baiano. Meu pai também viveu dessa coisa até pouco tempo. As pessoas iam para as fábricas e pegavam trouxas de fumo e levavam para casa. Era um trabalho doméstico, que envolvia aqueles que pudessem trabalhar para tirar o pecíolo da folha. E, no final de semana, você devolvia a trouxa e recebia um dinheiro, isso era um meio de sobrevivência. Atraía uma mão de obra negra muito grande, mas uma mão de obra liberta.

R.: A Festa da Boa Morte consegue transmitir o significado da Irmandade para o público interno e externo?
C.N.: Não. A Irmandade hoje é completamente diferente do que se conhecia. Ela começou a ser o que é a partir de 1970. Eram raríssimas as pessoas que as acompanhavam, era o povo de santo mesmo. O percurso dela era completamente diferente. As pessoas não percebem que são três ritos: um dia antes, no dia 12, é a missa pelas irmãs que não tiveram uma boa morte, aquelas que morreram na escravidão. Boa morte, para elas, seria morrer livre, morrer com dignidade, não morrer escrava. Depois, tem a missa pelas irmãs falecidas que tiveram uma boa morte. É um momento em que elas vestem branco e aquilo significa que é um rito feito para os Eguns, feito para os ancestrais. No dia seguinte, é a procissão do enterro, que é Nossa Senhora morta. No dia seguinte, é a festa de nossa Senhora da Glória, ela cheia de jóias, de cabelo liso. Elas percorrem as ruas principais da cidade. Então, por que no dia anterior, da missa, elas dobram na rua do fórum? É porque, se elas forem pra lá, elas vão passar pelo caminho do cemitério e não pode, senão uma pode morrer. Elas têm um tabu de que há um perigo, a cidade está carregada de axé. Elas não podem sair, bater papo, tomar sol, tomar sereno. Elas fazem isso porque não sabem que podem, e Deus é pelos inocentes. Mas elas não podem fazer isso, não é pra sair atrás de turista para pedir dinheiro, é pra ficar ali escondida, como ocorre dentro de um terreiro de Candomblé quando uma pessoa está de obrigação. Não podem sair, não pode beber, assediar turistas. Elas assediam e são assediadas ao mesmo tempo.

R.: O significado (da festa Boa Morte) tem se perdido dentro da própria Irmandade?
C.N.: Perdeu. Quando chegou o momento em que essas mulheres morreram, iria acabar a Irmandade. Eram seis mulheres, morreram duas e ficaram quatro quando a Bahiatursa se interessou em “turistizar” a Irmandade da Boa Morte. Em 75-76, a Bahiatursa começou a repor membros a partir de parentes de antigas irmãs. Essas mulheres que estão aí são netas, filhas, sobrinhas das antigas irmãs. E algumas delas não eram pessoas de Candomblé e, então, o que é que se faz? Já que não são de Candomblé, e tem que ser, fizeram um ritual que se chama sacrifício à cabeça. Outro critério é de que essas mulheres têm que ser necessariamente pessoas do Candomblé, ligadas a algum orixá relacionado com o nascimento e a morte. Uma pessoa de Xangô, por exemplo, não pode ser irmã da Boa Morte.

R.: Foi muito difícil lidar com a Irmandade pra colher informações sobre seu estudo?
C.N.: Eu tive sorte. Uma vez a Irmandade da Boa Morte me processou porque, quando teve uma briga entre a Igreja e a Irmandade, eu, “Bojão” e Antônio Moraes Ribeiro fomos as primeiras pessoas a denunciar num jornal o que a Igreja estava fazendo com a Irmandade. Obtiveram as jóias e as imagens da Irmandade e prenderam lá na Igreja e não entregavam porque a Bahiatursa estava “turistizando”. O Padre Hélio veio com uma ordem do bispo Dom Lucas Moreira Neves para acabar com todas as irmandades negras de Cachoeira. Então, acabou a Irmandade dos Martírios e eles queriam acabar também com a Irmandade da Boa Morte. Mas nós dissemos: “aqui não”. Foi aí que eles foram descobrir que a Irmandade da Boa Morte é uma Irmandade dentro, mas fora da Igreja. Ela não é uma Irmandade da Igreja.


R.: Isso era um segredo da Irmandade?
C.N.: Isso era um dos segredos. E a Igreja nunca se deu conta disso, que ela (a Irmandade) tinha outras coisas. E houve uma disputa entre o Estado e a Igreja, entre a Bahiatursa e a Igreja, e quem ficou no centro foi a Irmandade sofrendo todas as conseqüências, todas as humilhações do padre.

R.: E esse sumiço das jóias, muitas jóias sumiram?
C.N.: Essas jóias estão aqui na Igreja Matriz e a Igreja reivindica a propriedade como reivindica da Irmandade dos Nagôs, na Igreja dos Nagôs. Os bens estão todos na Igreja, fazem parte de um museu de alfaias que foi fechado porque, diz o padre, roubaram as peças. Isso não é verdade. Quem roubou foi ele, todo mundo sabe disso. Conheço uma menina que foi empregada doméstica dele, que fala: “já vi, e esta lá a peça na casa dele”. (Procurado pela reportagem do Reverso, Padre Hélio César Leal Villas Boas disse que não comentaria as declarações de Cacau Nascimento)

R.: Cachoeira é uma cidade de religiões de matriz africana conhecidas no mundo. Existe ainda a questão da intolerância religiosa em Cachoeira?
C.N.: A questão da intolerância é muito sutil, porque quem não tolera o Candomblé, em Cachoeira, não são as igrejas neopentencostais, quem não tolera é a comunidade mesmo, aquele que não é de Candomblé. E acontece o seguinte, é um paradoxo, porque, ao mesmo tempo em que você vê as pessoas expressando o preconceito com os terreiros de Candomblé, eles estão praticando. O catolicismo doméstico, em Cachoeira, é muito intenso, as festas de São Cosme, São Damião, Santa Bárbara acontecem nas grandes famílias de Cachoeira, nas famílias mais abastadas. O irmão do prefeito mesmo tem um Caboclo, que ele cultua. A casa dele é um terreiro de Candomblé.

R.: Você pretende continuar os estudos da Irmandade ou você têm em vista outros estudos?
C.N.: Eu tenho um trabalho escrito sobre a comunidade da Boa Morte, que eu não sei porque eu não publico. Eu tenho muito medo de Nanã (referindo-se a orixá) porque toda vez que eu vou fazer alguma coisa para a Irmandade da Boa Morte acontece alguma coisa comigo.

R.: Quando você estava falando sobre a intolerância religiosa, você acredita que essa intolerância é a causa de a Irmandade da Boa Morte ser mais reconhecida pelos turistas estrangeiros do que pelos baianos?
C.N.: É, sem dúvidas. Eu posso apresentar fotos antigas e vocês vão ver que elas andavam em uma fila e não duas filas. Elas vinham e ninguém acompanhava, ninguém. Apenas alguns homens, que elas chamavam para segurar a imagem. A imagem de Nossa Senhora falecida não pode ser segurada por ninguém, só pode ser elas. Mas hoje todo mundo pega, turista pega, o ministro pega, a senadora pega.

R.: Você acredita que a festa hoje tenha um caráter mais comercial?
C.N.: É. Uma vez a Globo fez uma parafernália, colocou aquelas gruas e mandou tirar a imagem e arrastou todo mundo pra ficar somente elas. Foi assim um horror, então, virou isso.

R.: Você acha que intervenção mercadológica, midiática prejudica a cultura, prejudica a Irmandade?
C.N.: Do ponto de vista econômico, a festa atrai muita gente e lota os hotéis, os restaurantes. Eu dou muita entrevista, o pessoal me paga uma grana. Eu considero, por ser uma pessoa religiosa e uma pessoa de dentro do Candomblé, que nesse período a cidade de Cachoeira ela esta energizada de axé. Eu acho que os ancestrais retornam pra comemorarem junto com elas. Eu sempre falo, elas (as irmãs da Irmandade) precisam falecer para que estejam no mesmo plano destas mulheres falecidas. Vocês estão ritualmente mortas, e isso é um dado antropológico, uma percepção antropológica, não é de minha fé religiosa. Para que o rito tenha eficácia, é preciso que elas morram.

R.: As irmãs da Boa Morte são muito exploradas, passam muitas dificuldades, e tudo isso não traz nada em benefício para elas?
C.N.: Não traz. É um compromisso que elas têm, pelo contrário, elas têm que dar. A lógica, o dogma, é o doar-se, não é o receber. É como no Candomblé, você se doa, você não ganha. O que ocorre na Irmandade da Boa Morte é que não há mais essa sacralização, não há um respeito da comunidade. O que elas faziam um dia antes da festa (de sair em procissão), com farofa de azeite, farofa de mel, farofa de água, água e cachaça aspergindo os lugares por onde a procissão iria passar, hoje, elas não têm mais condição de fazer. Não podem mais fazer isso porque as pessoas ficam olhando, está lá um sambão na porta, um arrocha, um pagode no bar, estão os turistas.


R.: Cachoeira é uma cidade histórica e a gente vê a cidade um tanto quanto abandonada. Como você percebe isso?
C.N.: Cachoeira centralizava o comércio. Para você ter uma idéia, todo o ouro produzido no Brasil passou obrigatoriamente pelo rio Paraguassu (em Cachoeira), porque não havia outro caminho. A metrópole mais importante do novo mundo era Salvador, o mais importante porto da América era o porto baiano. E o porto de Cachoeira era o segundo porto mais importante da Bahia, então, Cachoeira era o segundo maior porto do mundo. E não estou aqui exagerando, eu estou falando coisas concretas, isso é um dado histórico e está publicado. Então, chega um momento, no século XIX, que Cachoeira torna-se riquíssima. Ferrovia ligando Cachoeira até Montes Claros, em Minas Gerais, o segundo porto mais importante, o açúcar, o tabaco. Em 67, Cachoeira perde a ferrovia, o trânsito fluvo-marítimo também é desativado com a inauguração da BR 324, e começam a aparecer os veículos. Então, Cachoeira entra numa decadência a partir de 1950 e, quando chega no início de 70, Cachoeira estava acabada. Descobrem petróleo em Candeias, surge a refinaria Landulfo Alves. Essa parte do recôncavo, que faz parte hoje da região metropolitana de Salvador, começa a crescer de uma forma vertiginosa e Cachoeira, São Félix, Muritiba ficam fora deste processo de expansão, de enriquecimento petrolífero. Em 60, surge o centro Industrial de Aratu, em 70 o Pólo Petroquímico de Camaçari. E Cachoeira entra num processo de falência absoluta. São Francisco do Conde cresce, Santo Amaro cresce, Candeias cresce e Cachoeira fica numa situação ruim. Então, quando você encontra esses prédios antigos, alguns ainda preservados, não é porque o cachoeirano tem o espírito de conservação, de preservação dos seus bens culturais, é porque a cidade ficou pobre e ninguém teve condição de derrubar e fazer um palacetezinho igual aos de Santo Amaro. Chegou 70, e tombaram a cidade de Cachoeira e aí que não pode mais. Se não tivesse tombado, estaria igual a São Félix, Santo Amaro.

R.: O que você acha de Cachoeira como Patrimônio da Humanidade?
C.N.: Cachoeira é uma cidade que já foi muito mexida. Não vejo mais, porque não existe um espírito preservacionista aqui. Cachoeira, hoje, passa por processo de favelização muito grande. Eu não acho legal a administração de prefeito atual Tato. Ele faz uma péssima administração, porque ele faz uma administração toda ela populista. Ele fura muito a cidade, ele quebra muito, pinta de azul e amarelo. A coisa mais ridícula é pintar uma cidade de azul e amarelo, eu nunca ouvir dizer que ninguém pinte a cidade de duas cores só. É uma agressão para qualquer arquiteto, talvez para ele não. Mas ele gosta muito de arrocha, ele gosta muito de pagode. Agora, para um arquiteto que estudou, ele vai dizer: quem foi o maluco que pintou isso? O que acontece, em Cachoeira, é que o prefeito pensa que está fazendo uma grande administração, porque esta fazendo Portal da cidade, postos de saúde. Quer dizer, existem um “bocado” de prédios de saúde, mas o posto de saúde não tem um aparelhinho para medir a temperatura, como aconteceu com a minha filha, que estava com febre e a médica pediu à enfermeira um termômetro e ela disse: “não tem termômetro”.

R.:Você publicou recentemente uma nota, e no final você faz uma crítica aos vereadores, por quê?
C.N.: Porque eles não pensam. Na verdade, essas pessoas não estão preocupadas com a administração da cidade. Primeiro que eu acho que uma Câmara de Vereadores deve ter uma independência, você não tem que aplaudir tudo que o prefeito fala. Eu acho que deve ter um pouco de independência, e você não pode ser leviano.

R.: As pessoas vêem a UFRB como uma esperança. Em Cachoeira, como o senhor vê esta esperança?
C.N.: Esta universidade é uma reivindicação antiga do povo de Cachoeira. A gente queria uma FTC, não espera uma coisa tão grande. Eu acho que vocês estão trazendo para Cachoeira uma nova mentalidade.

domingo, 17 de agosto de 2008

Sobre 1ª Conferência de Comunicação Social


Aconteceu nos dias 14,15 e 16 de agosto a 1ª Conferencia de Comunicação Social da Bahia,que contou com a participação dos delegados eleitos em plenarias ocorridas no interior do estado e em Salvador.Foram discutidos e votadas propostas que visam promover,de forma democrática,o acesso à comunicação,que contempla a melhoria das políticas publicas no setor,alem lutar por um desenvolvimento regional mais justo,adequando o acesso de novas tecnologias à realidade das comunidades assistidas,assuntos esses que nortearam dinâmica do evento.A UFRB marcou presença através dos alunos Gustavo Medeiros(4º Semestre) e Julio Cesar(2º Semestre),que contribuiram para a formação da Carta da Bahia,que foi votada na fase final do evento.Eles representaram tambem o Territorio do Recôncavo,que contou com a presença de 4 delegados entre os 247 presentes no hotel Sol Bahia em Salvador.O texto completo esta no site http://conferencia.comunicacao.ba.gov.br/ ou http://www.comunicacao.ba.gov.br/noticias/2008/08/16/carta-da-bahia-e-aprovada-no-ultimo-dia-da-conferencia